segunda-feira, novembro 17, 2008

Vila Real: XI Congresso Nacional discutiu o futuro da Rádio em Portugal e o seu contexto na Internet

Terminou ontem, em Vila Real, o XI Congresso Nacional de Radiodifusão onde foi discutido o futuro da Rádio em Portugal e o seu contexto na Internet e uma das conclusões é que o futuro das rádios passa "inevitavelmente" pela Internet, um meio de evolução tecnológica que já foi adoptado por 80 por cento das rádios portuguesas, disse o presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão em declarações à inprensa.
José Faustino referiu que "o mundo está em completa transformação e as rádios, independentemente da crise e da situação adversa que vivem, têm que ter capacidade para se adaptar à Internet e à digitalização das emissões".
Estas são, segundo o responsável, as principais conclusões que se podem retirar do Congresso Nacional de Radiodifusão, que decorreu entre sexta-feira e hoje, em Vila Real.
Apesar de considerar que "ainda há muita coisa por definir relativamente ao futuro das rádios", José Faustino salientou que "a Internet é o futuro, mas é também já o presente".
"Mais de 80 por cento das rádios portuguesas têm uma presença muito forte na Internet", sustentou.
Em Portugal existem 243 estações de rádio.
Paula Cordeiro, professora auxiliar do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e investigadora do Centro de Administração de Políticas Públicas, considerou que este é um "momento de transição".
Defendeu uma aposta da rádio na Internet, devendo, na sua opinião, as rádios com emissões FM envolverem-se na reconversão dos recursos humanos.
Para além da formação contínua, a investigadora diz que as rádios devem apostar na rentabilização da produção que é elaborada em FM para on-line.
Carlos Marques, director comercial da Media Capital Rádios, defendeu que os recursos humanos deverão estar readaptados às novas tecnologias, avisando que a rádio on-line é um bom veículo para captar meios financeiros.
O jornalista da TSF João Paulo Meneses salientou que, dentro de 10 anos, a rádio "vai deixar de ser o que é".
Já Álvaro Sousa, director da Estação Orbital, considerou que a evolução no acesso dos conteúdos de rádio vai levar "certamente ao fim dos emissores actuais de FM".
Um dos exemplos de uma rádio que já transmite para todo o mundo através da Internet é a Universidade FM, localizada em Vila Real.
O director da Universidade FM, Luís Mendonça, referiu que a sua rádio marca presença na Internet desde 1999 e que o feed-back dos ouvintes chega dos mais diversos países, principalmente onde há mais emigrantes, como Suiça ou Luxemburgo, e "surpreendentemente" de brasileiros que acompanham as transmissões em directo dos jogos de futsal.
José Faustino afirmou ainda que, no congresso, "ficou definitivamente morto o sistema DAB".
"Ele não se impunha e ficou claro que ele não se desenvolve em Portugal. Iremos talvez para uma digitalização do FM. É mais um desafio que as rádios têm pela frente, o de digitalizar todo o sistema áudio que têm dentro da rádio e os próprios emissores", sublinhou.
Luís Del Amo Ruiz, subdirector técnico da Cadena SER, referiu que, em Espanha, o sistema DAB, "apesar das expectativas criadas", não teve grande aceitação por causa da qualidade do som.
Disse ainda que o DRM+ está a ser desenvolvido e poderá ser normalizado em 2009, considerando que se trata de um "sistema livre, que facilita a digitalização da rádio a nível local, regional e nacional".
Carlos Portugal explicou que a fraca adesão ao DAB se deve à "dificuldade dos fabricantes em colocar no mercado receptores a custos aceitáveis".

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